Holly Golightly

Quando eu entrei no avião, eu senti medo de realmente ter deixado você. Alguma coisa dentro de mim dizia que eu tinha uma sede, que as coisas não estavam bem.

Foi uma semana incrível, e alguns momentos pareciam sonho. São Paulo tem isso, né? Eu sempre disse, São Paulo é a terra das infinitas possibilidades. E foi. A cada segundo vivido eu sabia que coisas nessa caixinha chamada corpo estavam mudando. Tá bom, você pode dizer que eu sou maluca, mas eu sentia minhas células se mexendo de forma diferente.

Não foram os milhões de charutos e cigarrilhas que eu fumei, não foram as peças que vi, não foram as conversas fantásticas e as bochechas doendo de tanto rir. Foi a aceitação. De repente tinha uma coisa leve em ser eu. De andar. Eu usei bermuda ... E quando eu voltei não fazia sentido sentir culpa. Não fazia sentido relembrar coisas doídas. Não fazia sentido esperar algo que não viria. Entendi que não viria. E agora fica essa dorzinha (as vezes vira dorzona) de deixar ir. Porque algo novo chegou ... o velho precisa ir. E seja como for, eu sinto que algo novo nasceu debaixo de alguma sombra do Ibirapuera.