Holly Golightly

Na frente do meu peito existe uma porta. Não existe negociação, truques na fechadura ou formas de arrombá-la que possibilite alguém atravessar. Vários tentaram esperando que houvessem riquezas ou regalias do outro lado. Nunca souberam o que havia ali. Ninguém entendeu que a chave era a palavra respeito, e nesse segredo me encontrei protegida.
Você me mostrou enúmeras vezes não conhecia essa chave. Não sei ao certo se tentou truques ou formas de arrombá-la, o que eu sei é que sempre te vi alí, na frente da porta, como se não entendesse que ela não era um muro, mas algo que um dia poderia se abrir. Parecia não te despertar interesse. E assim fiquei tranquila, conversando por horas com você. Eu de um lado. Você do outro.
Dia desses, numa dessas conversas, você disse coisas ruíns de ouvir. Me afastei da porta e corri para onde não ouviria mais a sua voz. Parece que a porta não te causou curiosodade, mas não ouvir mais a minha voz fez diferença. Você gritou, eu encostei o ouvido de novo, e você e disse: respeito.
Ok, era a palavra-chave. E esse é o meu momento: coloco a mão na chave em pânico. Pela primeira vez verei o seu rosto. E pela primeira vez alguém verá o que há atras da porta. Penso em te pedir para esquecer essa besteira, e continuarmos nossas conversas ali mesmo... um misto de euforia e pânico... e esse é o meu momento.
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