quinta-feira, novembro 30, 2006

Holly Golightly

No escuro, procurando algo, sei que possuo uma lamparina e uma adaga. Nem sempre o medo permite usar a lamparina antes da adaga. Seria bom poder olhar o que faz barulho, o que aparece, o que chega. Algumas vezes o barulho é tão grande que o instinto é mais rápido e a adaga termina suja de sangue, horas meu, horas de pessoas que amo. Uma hora eu encontro um caminho, e saiu da floresta escura. Enquanto isso, o medo torna-se meu pior e meu melhor inimigo.

terça-feira, novembro 28, 2006

Elisabethkirche

Cantar no carro.
Falar sozinha.
Andar em circulos.
Imaginar muito.
Beber demais.
Dirigir muito longe.
Morrer.
Renascer em outro lugar.
Ser 4 pessoas diferentes - cada uma com seu respectivo nome e personalidade.
Dancar na chuva.
Nadar a noite.
Lavar as maos com agua quente.
Usar hidratante nos pes e cobri-los com meias pra domir.
Muito rimel.
Unhas longas com esmaltes vermelhos.
Batom cor-de-boca.
Roupas pretas.
Meias coloridas.
Salto alto.
Caminhar descalca na praia.
Tomar banho de chinelo.
Ter nojo de cabelo.
Brincar de escrever.
Gostar de lamber sangue dos outros.
Beijar na boca chupando a lingua.
Trepar de botas.
Lavar a bunda toda vez que uso o banheiro.
Nao gostar de nada nem de ninguem.
Ser escorpiana.
Usar brincos diferentes em cada orelha.
Usar muitos aneis ao mesmo tempo.
Tirar fotos pelada e colocar na internet.
Nao conseguir alcancar os pes.
Nao sentar ereta.
Tremer quando gozo.
Gozar por mais tempo que o necessario.
Assistir pornografia homo e hetero.
Falar alto.
Falar muito baixo.
Espremer espinhas - em mim e nos outros.
Cocar as costas no banho.
Escovar os dentes toda vez que ponho algo na boca.
Guardar papeizinhos.
Enrolar guardanapos de papel em restaurantes.
Balancar as pernas ao digitar.
Cocar os olhos com forca.
Futucar o nariz.
Dormir de maquiagem.
Jogar as roupas no chao antes do banho.
Lavar a calcinha embaixo do chuveiro.
Tirar todas as carnes em volta da unha ate sangrar.
Comer cuticula.
Espreguicar ao acordar e depois de trepar.
Trepar ao acordar.
Masturbar pra pornos toscos.
Ir embora.
Voltar.
Nao chorar.
Chorar no chuveiro.
Acumular saliva na boca e engulir tudo de uma vez.
Organizar recipientes menores dentro dos maiores.
Comer carne sem nervos.
Comer peixe cru.
Chorar com wasabi e gostar.
e muito mais.

Me fazem a pessoa maluca que eu sou.
E me mantem sana.

terça-feira, novembro 21, 2006

Holly Golightly

A chuva foi destruidora
Tudo precisou ser renovado
Reformado, reconstruido
O portão, velho e enferrujado
Foi ao chão
A chuva destruiu
Mas também regou sementes
Que se emaranharam e cresceram
Formando um novo portão
Que não poderá ser invadido
Pois as flores possuem força
E estão dispostas
A florir em paz
Para passar
É preciso passos lentos
É preciso pedir licença
É preciso olhar para as enúmeras espécies e tipos de flores
E reconhecer o espaço sagrado
O portão foi ao chão
E um portal florido cresceu no lugar
É o fim das invasões
É o fim do incêndio
A chama da violência
Tem pavio.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Zyngara

To introduce myself,

Hi!

http://www.fotolog.com/blacksheets

Have a nice weekend. :D

quinta-feira, novembro 16, 2006

Elisabethkirche




A praia disse: "Nao pense em coisas ruins. Voce acha que pode ver o horizonte mas na verdade ele nao esta ali. Esta alem."
E eu respondi: "Mas como nao pensar em coisas ruins antes de dar um passo a caminho do horizonte. Nunca ouvi dizer que alguem chegou la e foi bom."
E a praia respondeu: "Ninguem nunca chegou ao horizonte. Ele nao eh alcancavel. Ele sempre estara la para te incentivar a dar o proximo passo. Entenda que tudo tem um fim. Mas o fim de tudo eh o inicio para um novo comeco, por isso nunca eh o fim. Seja persistente e siga em frente. O horizonte que voce deixou para tras nao tem chao. Nao tem sol. Nao tem perspectiva."

E eu voltei pra casa com uma enorme vontade de andar pra frente. E assim eu rasguei a minha passagem de aviao que me levaria de volta. Rasguei pedacinho por pedacinho em micro pedacinhos e pensei ainda mais forte que eu queria andar pra frente. Mas pensei tambem que eu nao poderia esquecer o meu horizonte anterior porque foi la que eu aprendi muito e consegui partir em direcao ao proximo. Coloquei na minha bolsa meus amigos, minhas boas gargalhadas, meus lindos sapatos, roupas e maquiagens - porque eu sou mulher, oras!! - minha forca, minha auto-estima, minhas unhas dos pes vermelhas e sentei. Sentei pra organizar, anotar e colocar em pratica meus novos projetos, minhas novas ansiedades, minhas novas angustias, meus novos anceios, meus novos amores. Assim que eu levantar vai ser manha. O ceu estara nublado - 'cause "I'm only happy when it rains" - a chuva vai vir de leve no meu rosto e lavar todo o po de antes. Assim eu vou caminhar com meu guarda-chuva preto pra espantar mal-olhado, fechar os olhos - porque da pra sentir mais e melhor tudo que vem e que vai - e ir.
Ir.
Ir eh o meu novo verbo. Eu vou. Eu sempre vou. Nunca mais volto. Voltar esta no meu horizonte passado que eu deixei com os meus falsos amigos, com as mentiras que eu contei para os outros e pra mim mesma, com todos que me magoaram.
Me sinto bem vinda no futuro. Porque eu vou fazer de tudo pra estar la e fazer com que ele goste me ter la. Sera uma looooonga caminhada ate a proxima onda. Mas eu sei que quando eu chegar no topo eu vou mais uma vez sentar e me organizar.. Porque o meu novo horizonte esta faminto a minha espera. E eu estarei pronta pra partir mais uma vez.

Parabens pra minha coragem que me fez bater de frente, pras minhas pernasque seguraram o tronco e pro meu peito que foi valente e empurrou tudo pra frente. A minha bunda continuara flacida. Porque pro resto da minha vida eu nunca mais vou usa-la pra peitar nada. NADA.

Elisabethkirche

Gostaria de apresentar a voces a nova integrante deste blog:
Zyngara

Ela eh legal mas meio burra. Eventualmente ela escreve coisas interessantes (mas apenas praticas) e ate divertidas.

Zyngara, seja bem vinda. Espero que todas gostem de voce como eu gosto.

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segunda-feira, novembro 13, 2006

Elisabethkirche


the sky is red and so are my eyes

domingo, novembro 12, 2006

Holly Golightly













Foto de F.G.S



Não olhe para o portão
Pois se você olhar
Vai hesitar
E pedir para entrar
E a resposta vai ser não
Acredite, a resposta é sempre não

O portão está trancado
E para passar
Você precisa desejar com violência
A mais temida violência

Olhe bem
Olhe para dentro
O desejo é violento
O desejo te faz urrar, grunhir, unhar
Usar a sua garra
De bicho feroz

E você não me engana bicho
Eu sei farejar
Seu sangue arde
Pois arda

Ferva
Sinta fúria

E quando o desejo tomar conta
E a violência se desenhar nos seus olhos
Invada
Me invada

Salte o portão
E quando eu piscar
Você já mora em mim
E a ssim a minha fúria violenta
Não te impedirá
De me amar

sábado, novembro 11, 2006

Elisabethkirche

pergunta: companheiras de jornada, voces se propoe a mudar para o novo sistema do blog ou nao? Para mim nao faz diferenca. So que teremos que usar o email do blog pra acessar. Eh conjunto com o gmail. :P

anyway,
estou meio perdida. Inferno astral. Baixa auto-estima. Ou no auto-estima at all.

e pra piorar......... muitas saudades!

Holly Golightly

Um segundo eterno de amor é tempo demais

É tempo de a alma saber que existiu

E que outra alma sentiu a sua presença

É o bastante para sentir que nunca poderá sumir como fumaça

Que algo ficará

Que algo foi construído

Que algo ficou tatuado

Que a procura que durou anos

Finalmente acabou

E que agora

A alma encontrou o seu lugar

Chegou em casa

E nada melhor que chegar em casa

Após uma longa viagem!

Um segundo ...

Quem não espera por esse segundo?

quinta-feira, novembro 09, 2006

Holly Golightly

Foto de F.G.S
Ela senta no chão do parque
Ele corre para o seu lado
Se abraçam
Sorriem para a câmera
A foto foi descartada
Ambos fecharam os olhos
O fotógrafo não entendeu
Que não há como
Encostar a pele
E abrir os olhos
Que o céu é o chão
Que agora pisam
E que o céu é o chão
Dos apaixonados
E dizem que a paixão
Dura apenas dois anos
Proponho que daqui ha dois anos
Se faça nova sessão de fotos
Apostando que os olhos continuarão fechados
Ao encostar da pele

quarta-feira, novembro 08, 2006

Elisabethkirche

As 7 da manha.

faca mingau de aveia:
1 xicara de leite
3/4 xicara de agua
1 pitada de sal
3/4 de aveia

misture a agua e o leite e o sal. deixe ferver
adicione a aveia.
deixe ferver em fogo medio por 5 ou 6 minutos mexendo de vez em quando.

coma quente com acucar mascavo a vontade.

ou frite bananas, misture com o mingau e espalhe alguns pedacos de pessego por cima.

Eh uma delicia, either way.

Holly Golightly

A menina acorda de madrugada com o barulho. Ainda sonolenta, desce da cama e vai até a sala. Seus pais estão rodeados de amigos, o som chegou ao seu quarto e foi mais interessante que os sonhos com princesas e cavalos alados que estava tendo. A mãe logo diz: - Nina, volta para a cama! Tá tarde filhota.
Passa reto pela mãe e escala as pernas do pai em busca de colo : - Quero dormir aqui mamãe.
A boemia está no sangue. Filha de gatos de rua, que passaram tempo demais a virar lata e a sentir que nunhum lugar poderia ser chamado de lar. Hoje possuem um lar. Juntos construiram um espaço seguro, mas não se nega a natureza, e nem a pequena poderá fazê-lo.
A mãe olha para a filha e se reconhece. Nunca voltaria para a cama se houvessem pessoas para dividir a madrugada. Pensa que ela será um gatinho de rua também, e jura que vai se esforçar para que Nina saiba que tem para onde voltar quando o sol nascer.
A menina adormece no colo do pai, e ao final da noite é colocada na cama.
Às sete da manhã os pais acordam com música. Nina quer aprovação para o seu gosto musical.
Os pais comentam que hoje, aos 4 anos, Nina quer virar latas dentro de casa. Como será quando ela descobrir a rua? A mãe pensa em começar a frenquentar a missa ...
- Mamãe, você gostou dessa música?
-Adorei Nina!
- Então agora pode voltar a dormir.
E assim, os pais ganham meia hora de clemência, enquanto a menina se diverte sentindo-se sozinha. Ouve apenas o seu barulho, e pensa que se pudesse, faria uma enorme bolha de chiclete e estouraria com força, para acordar o mundo todo e ouvir muita música.
Sente fome. Acabou meia hora. A família precisa acordar.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Holly Golightly

A construção à prova d'água

Vieram as chuvas
Lavando dores antigas
Dores novas
Dores que sempre existirão
No dia seguinte não saiu o sol
O mofo tentou tomar conta de tudo
Não pode
Havia medo
E o medo nada mais era que a tentativa de preservar
O que por dentro era frágil
eu me vejo em você
nas suas dores
Alegrias
no mergulho nesse mundo cheio de perguntas
Tentativas de espelhos
Novidades
Preguiça
Quando a chuva veio
e limpou tudo
apareceu algo ha muito esperado
apareceu o espaço
para existir
e simplesmente existir
ao seu lado
faz com que o espaço aumente gigantescamente
e a proxima chuva
vai preencher o espaço
e teremos uma piscina
para os fins de semana

domingo, novembro 05, 2006

Holly Golightly

Eu quero mesmo escrever textos para as suas fotos
Quero te pedir para tirar fotos e para não beber coca-cola de manhã
Quero te levar guloseimas e coca-cola quando você estiver vendo o jogo
E não assitir o jogo, com você
E quero poder não gostar de você
Quero poder duvidar do meu gostar
E perceber que só posso duvidar por que sinto isso vivo
Pavimentado na parceria
Erguido no medo da quantidade
Fortalecido pela distância que é só física
E reformado a cada olhar de desejo

quinta-feira, novembro 02, 2006

Elisabethkirche

Numa tarde passeando pela praia ela pensava em como se livrar de tudo aquilo. Porque aquilo era algo grande o bastante para incomodar mas pequeno demais para leva-la a pensar que fugir de sua propria vida valeria a pena.
Passeando mais um pouco encontrou uma crianca chorando. Havia perdido um brinquedo na areia. Ela entao resolveu ajudar a procurar. A crianca no entanto nao parava de chorar e nao parecia assim muito interessada em procurar. A preocupacao de ter perdido era maior que a vontade de encontrar.
Ela foi embora.
Ela ainda nao conseguia ver um resposta para seus proprios problemas e tentar ajudar alguem que nao queria ser ajudado era uma pedra enorme demais atrapalhando seu caminho para ajudar a si mesma.
Ela voltou pra casa. Tomou um remedio. Tomou mais um. Tomou mais dez.
Nunca mais ouvi falar dela. Acho que ela estava muito triste. Acho que ela nao achou uma saida.
Ou sim.