terça-feira, fevereiro 28, 2006

Holly Golightly


Fica uma pergunta: o que é essencial?
O que realmente é importante? Tantas vezes damos importância a coisas que poderíamos jogar fora, ou que quando conseguimos ter, sentimos que de nada acrescentou.
Como se você fossemos fazer uma viagem e só colocassemos na bagagem acessórios...cintos, fivelas, laços, meias, mas nenhum sapato, calça, blusa ou casaco.
Mil e uma vezes me encontro esperando o superfulo. Me vejo desejando coisas que não valem. Me vejo sem ver. Porque esperar o superfulo é uma cegueira, acabo não vendo o que é essencial, e acabo não investindo no que não me ajuda a andar para frente. Meu armário tem catchup, sal, pimenta, açucar, e nada para comer. O superfulo não alimenta. E quem sente fome, nesse caso, não é a barriga, mas a alma.
Se tirar o enfeite, o que aparece? O que eu tenho tanto medo de mostrar?

domingo, fevereiro 26, 2006

Holly Golightly



Na frente do meu peito existe uma porta. Não existe negociação, truques na fechadura ou formas de arrombá-la que possibilite alguém atravessar. Vários tentaram esperando que houvessem riquezas ou regalias do outro lado. Nunca souberam o que havia ali. Ninguém entendeu que a chave era a palavra respeito, e nesse segredo me encontrei protegida.

Você me mostrou enúmeras vezes não conhecia essa chave. Não sei ao certo se tentou truques ou formas de arrombá-la, o que eu sei é que sempre te vi alí, na frente da porta, como se não entendesse que ela não era um muro, mas algo que um dia poderia se abrir. Parecia não te despertar interesse. E assim fiquei tranquila, conversando por horas com você. Eu de um lado. Você do outro.

Dia desses, numa dessas conversas, você disse coisas ruíns de ouvir. Me afastei da porta e corri para onde não ouviria mais a sua voz. Parece que a porta não te causou curiosodade, mas não ouvir mais a minha voz fez diferença. Você gritou, eu encostei o ouvido de novo, e você e disse: respeito.

Ok, era a palavra-chave. E esse é o meu momento: coloco a mão na chave em pânico. Pela primeira vez verei o seu rosto. E pela primeira vez alguém verá o que há atras da porta. Penso em te pedir para esquecer essa besteira, e continuarmos nossas conversas ali mesmo... um misto de euforia e pânico... e esse é o meu momento.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Elizabethkirche

Era apenas um convite assim bobo que vem no cartãozinho de papel canson com textura. Tudo muito explicadinho: motivos, quem convida, pra que, quando. E o típico e minúsculo que te dá o real acesso a festa - ou ao estacionamento, como for.

Eu abri o convitinho. Fiz uma cara meio torta de quem sabe que vai ser mais dor de cabeça do que qq outra coisa, pensei com muito cuidado na roupa que vestiria, na maquiagem, cabelo - hum.. aliás, já está na hora de retocar!!!

Aí ficou difícil arranjar o vestido, ficou difícil de combinar com meus sapatos, a maquiagem caiu no chão e quebrou, o perfume acabou e eu não percebi.

Mas eu fui. E FOI ÓTIMO.

:)

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Holly Golightly

As vezes, para dar conta das coisas, tem que ser no chicote.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Holly Golightly

Sempre que converso, vejo ou estou com você, fico mais inteira. E lá fui eu, te procurar e te perturbar no seu trabalho, que para mim, parece o lugar mais perfeito para te encontrar: a loja de iluminação. Afinal, você, melhor do que ninguém, pode vender iluminação... você tem luz de sobra.
Sentei naquele banco branco, enorme, lindo, e ali fui encontrando coisas que eu havia perdido. Uma noção calma e serena de que tudo vai ficar bem porque sou apenas EU, esse serzinho inquieto, emocional e perturbantemente criativo, que vem aprendendo a lidar com esse avalanche de coisas que aparecem, e naquele banco branco, fui sentindo que o avalanche é bem vindo, e que tudo bem ser assim. Senti um amor universal, uma coisa meio Dalai Lama, um amor por mim, pelo outro, e principalmente por você. Um dia vou ser extraordinária assim. Um dia minha presença vai ser marcante assim. Um dia minha beleza será à prova do tempo assim. E, cada vez que eu puder sentar ao seu lado, me aproximo desse dia um pouco mais.
Olho para o lado e vejo triteza por perder pessoas que amo, mas olho para o lado e agradeço muito pelas maravilhas que me cercam.
Feliz por apenas ser.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Holly Golightly


Sonhei que você vinha ao meu encontro, me abraçava, e quando ia me beijar virava a Tina Tuner.
O QUE ISSO SIGNIFICA?

Holly Golightly

Horrível te deixar dessa maneira, sabendo que eu ainda tenho tanto para te dar. Sabendo que eu poderia estar com você em qualquer tempestade. Mas não foi a chuva nem os trovões que me mandaram embora. Foi você. Tomei uma posição nova: eu fui. É, porque eu nunca vou. Nunca vou de verdade. Eu volto, tento fazer algo, e sempre acredito que se eu fizer tudo direitinho dessa vez, vai dar certo e eu vou ter o amor das pessoas. Dessa vez eu vi que não depende só de mim, e que nem sempre eu erro. Dessa vez eu vi o quanto eu te dei. Nada nem ninguém teve tanto de mim. Mas, como eu venho dizendo, minha vida não vai ser um muro de lamentações nem um vale de lágrimas. Fico feliz de ter sido capaz de amar. E hoje isso me basta.
A esperança não é mais uma pedra no sapato... e a saudade será por um tempo. E se esse tempo durar muito, passo a andar de chinelos.

Sofia Poulain

Comprei um quilo de farinha,
Pra fazer farofa,
pra fazer farofa-fá!

Fá faro faro faro, faro faro faro, faro faro faro fafá!

Farinha de mandioca (farofa-fá)
Pimenta malagueta (farofa-fá)
Eu gosto de farofa (farofa-fá)
Como e não faço careta (farofa-fá)
Mas sou forte como um touro (farofa-fá)
Da cabeça inteligente (farofa-fá)
Só não mastigo tijolo (farofa-fá)
Porque estraga os dentes (farofa-fá)

"Evebary now!"
Fá faro faro faro, faro faro faro, faro faro faro fafá!

iiihhaaaaaaa!!!!!!!!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Elisabethkirche

Há muita coisa pra ser falada aqui. Talvez devido ao longo prazo de silêncio - silêncio-o-caralho, era pressa e fogo no rabo.
Mas eu não quero falar. De agora em diante eu só sinto. Absorvo. Sinto. Despejo. Assopro. Esparramo mais. Esfrego com força pra espalhar mais. Só assim.
:)

domingo, fevereiro 19, 2006

Holly Golightly


Acordei das poucas horas que consegui dormir desejando muito andar de metrô. Aquela sensação sem compromisso de que as coisas passam por você e você não é responsável por nada daquilo...e passam rápido.
Hoje sou responsável por várias situações, e cá estou eu sem dormir tentando tomar decisões. Mas não se joga pessoas fora assim...tão rápido quanto o metrô passando.
E a esperança as vezes é uma pedra no sapato. Porque se não tivesse esperança tenho certeza que eu mesma seria o metrô, eu mesma passaria com velocidade e descompromisso. Eu mesma produziria aquela brisinha que a gente sente quando senta do lado da janela e pode abrir a janelinha (mesmo que por segundos, antes que seu vizinho te cutuque para você fechar).
Queria muito ter leveza, rapidez e um caminho trilhado, sabendo que é por ali que eu deveria andar. Teria 12 horas de sono por dia. Mas essa tal liberdade... posso até fazer curvas. Posso dar ré. Eu posso tudo e realmente não sei o que fazer com isso. Bom, acho que eu vou ter que dar uma volta de metrô. Não para descobrir nada, mas para sentir a brisinha, já que é domingo, e posso sentar sozinha, sem o vizinho para me cutucar.

sábado, fevereiro 18, 2006

Pollyanna Hardcore

Foi um longo inverno.Sim,um longo inverno no verão.Mas acabou.E o céu ficou azul de novo.E as borboletas voaram de novo.E as flores se abriram de novo.E tudo começou com um corte de cabelo.(Ou será que tudo se materializou em um corte de cabelo?).Por que será que nós mulheres cortamos os cabelos em momentos de mudança?Será que as lembranças ficam nas pontas,(bem nas pontinhas) e quando as tiramos fora temos uma permissão interna para seguir em frente?Enfim,comigo foi assim."Pode cortar,eu SOU uma pessoa de cabelos curtos",e ele cortou,e tudo se foi naquela bola de pedacinhos de mim...Acho que tenho os cabelos curtos porque neles cabem menos lembranças...E dois dias depois consegui usar o colar que ele me deu um dia antes do pé na bunda no dia de natal...Aquele colar agora só significa isso:um colar...

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Holly Golightly

Ele chega do trabalho, e de forma mecânica coloca a chave na fechadura. OPS! Não abriu!
- Como assim? Devo ter errado o andar.
Não, não errou o andar. É aquela a porta mesmo. A porta da casa dela, e essa é a chave que ela lhe deu, para que entrasse quando bem entendesse.
Toca a campainha. Ouve a TV ligada. Sabe que ela está lá. E ela não atende.
Bate na porta insistentemente. Esmurra a porta. Grita. Está suando. Surpreso.
Ela , do lado de dentro da casa, dança feliz e pensa:
- Háháhá otário! Aprendi a me defender. Nunca mais dou a chave da minha casa assim, indiscriminadamente. De agora em diante, eu abro a porta. E hoje ela está fechada pra você. E você sabe o porque.
Eu hein! Tão pensando que é putaria?!

sábado, fevereiro 11, 2006

Holly Golightly

Ela entra na sala e ele percebe a sua brancura. Aquela mulher guarda um tom de segredo. A brancura vampiresca o faz fantasiar sobre os lugares que ela frequenta. Precisam ver o prédio, é o seu trabalho. Precisa dizer a ela se deve ou não comprar. Se as estruturas são firmes, se a pintura vai descascar, e se há espaço para uma copa...fundamental.
- Eu realmente preciso de uma copa aqui. Não há como ficar sem ela.
Ele não consegue pensar. Não diz nada. Ficou intrigado. Os dedinhos dos pés pintados de vermelho...
- Será que poderíamos colocar uma copa aqui?
- Podemos fazer qualquer coisa aqui.
O arquiteto perde a noção dos traços e se dispõe a realizar qualquer desejo que ela expressasse.
A visitação acaba, e com certeza ele terá que voltar ao local, pois não lembra de detalhe algum. Inventa um motivo qualquer e liga para ela. Perde o rumo da conversa e assume:
- Fiquei fascinado pela sua brancura.
- É, realmente preciso tomar sol.
Ela não entendeu que a arte não precisa ser perfeita para ser admirada.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Holly Golightly

Eu disse para você que pessoas bonitas fazem bem aos olhos, mas pessoas lindas são aquelas que não conseguimos tirar os olhos. Se veja com os meus olhos! Try...
Talvez você descubra que existem coisas que não conseguimos explicar, e que se explicássemos acabaria com o mistério e com a excitação.
Talvez você descubra que procurar um nariz perfeito ou a simetria ideal de um rosto acaba com a graça. Porque a graça está no diferente, e em como esse diferente se junta, se move, no que ele diz, no que seus movimentos e cheiros expressam. E você expressa o tempo todo.
Não tenha medo de olhar no espelho e procurar coisas que vão além dos defeitos que você se acostumou a ver quando sai do banho. Olhe de novo. Talvez não sejam defeitos. E eu afirmo, não o são.
Nada mais lindo que você acordando, dormindo, ou brincando com o cachorro, porque você é lindo, e vai ser sempre.
Uma cena bonita atrai olhares por algum tempo, mas uma cena linda é aquela que fica na cabeça durante dias, porque ela estimula mais sentidos do que apenas o visual.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Elisabethkirche

Ela disse que eu poderia ser eu mesma.
Disse que eu poderia querer as coisas.
Disse que assim eu poderia dar-lhe um sorriso - que na verdade não seria dado, seria vendido tendo em vista meus anseios a serem postos sobre a mesa e prontos pra entrar na cesta.
Eu disse que queria carinho.
Disse que poderia ser dos dois jeitos.
Disse que sentir saudades doía - mas ela não acreditou novamente porque ela sempre some antes de sentir qualquer coisa boa que possa se tornar saudade com a falta.
Vamos pentear o cabelo porque o doutor está esperando há muito tempo. A agulha vai amolecer e ficar em você se demorarmos mais.

SOFIA POULAIN

- Ocê tá comendo vrido, ô menina?
- Não pai. Eu tô comendo é preda d'água!

sábado, fevereiro 04, 2006

Holly Golightly

Dia triste. Perder pessoas amadas é um saco. Venho perdendo várias, talvez por querer agradar demais. Mas você eu não perderia por isso, perdi você para a morte, e a parte estranha é que não foi minha culpa. Eu, que venho aprendendo a entender que nem tudo é minha culpa, entendo que você seguiu o seu caminho.
Tarde tranquila, confortável. Achei um lugar para poder ficar triste, e não fiquei.
Cada dia que passa percebo mais o valor da vida. Cada dia que passa desejo mais e mais viver de forma intensa, leve e feliz. Perder você está sendo um saco. Dolorido. Mas perder você me mostra o quanto eu tenho para viver. Vá em paz e eu procurarei ficar em paz por aqui também. E como você sempre me advertia, tomarei cuidado com as portas (já que desde pequena esqueço meus dedos por entre seus cantos).
Uma frase de um filme: "você tem 5 segundos para engolir o delicioso sofrimento. Aproveite-o, abrace-o, desmereça-o... e prossiga."

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Elisabethkirsche

all of it may come as quite a shock to you, but someone has gotta talk about it.
so, there you go. dont be ashamed of it. do it as much as u can take - yes, you must have guts, muscles, hair, and a lot of love, as some people say, to take it nicely --everything "sounds" really bad/weird right now, dont u think???? --

and enjoy.......




Anal sex is fucking (ops!) good.


very expensive.
Don't ask for a discount. You're not gonna get it.


no, it's not dirty. It's real life and everybody know that you curious about it, although u dot have enough courage to ask about, ask for, or..
hum...
DO IT.


Holly Golightly

Parei de correr. Não vou atras do ônibus, do trem, das super oportunidades que me exigem o sangue ou de juras de que vou mudar, de que vou melhorar para alguém. Melhorar sim, sempre. Correr nunca mais. Talvez tenha muita coisa boa por aqui e eu possa começar a aproveitar isso por prazer.
Farei o meu melhor sim, mas se não deu certo tudo bem. Porque nem tudo dá certo, e nem sempre o errado é culpa minha. E a culpa é como um chiclete velho: não tem mais gosto, não tem mas graça, mas para não ficar com a boca vazia, a gente não joga fora.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Pollyanna Hardcore

Uma manha de quarta-feira.Nao esta frio.Nao esta quente.Tem um solzinho meio encoberto.E exatamente como ela se sente.Nao sabe se esta fria,ou quente.Na verdade ela anda sabendo poucas coisas.E isso e meio preocupante.Ela esta perdida.E embora ela queira se convencer que e uma mulher superior,nao consegue passar por cima de certas coisas.Ainda nao consegue esquecer e perdoar aquele amor recente que nao deu certo.Nao consegue se perdoar por nao ter feito a coisa funcionar(sim,ela se esquece que nem tudo depende dela).Mas,la no fundinho,ela sabe que fez tudo certo,da melhor maneira que podia ter feito.Ainda assim se sente meio dilacerada.

Holly Golightly

De repente sente um incômodo, no meio do dia, no meio de uma atividade de concentração. Limpando a caixa de emails, se depara com ele ali. Era um email antigo, daquele homem. Sente uma enorme saudade. Não pensa; pega o telefone, disca o número usual, e atende uma voz estranha. Até conversam por um tempo, mas não. Nada havia alí do que só aquele homem conseguiu lhe dar: conforto. Só ele tinha as palavras que vinham revestidas de um tecido felpudinho, fofo, envolvente. Arruma uma desculpa, desliga o telefone:
- Queria tanto encontrar aquele homem novamente!
Aquele email lembrou o que já nem fazia falta.Mas agora fez.
Em outro país, encontrou nele a melhor companhia de viagem. Se escreviam todos os dias. Foram 15 dias de distância, e 34 emails de muita proximidade.
Pensa em pedir para São Longuinho para encontrá-lo em alguma dimensão. Voltar no passado.
-Áh não!Esse negócio de voltar no passado é muito deprê! São Longuinho São Longuinho, me ajude a encontrá-lo no presente!
Sente-se feliz em desejar vê-lo. Sente-se feliz em sentir falta. O gelo vira água, e ela começa a sentir novamente.coisas que só ele faz, mesmo com um email antigo, esquecido.
- Coisas que só ele faz!
Pensa com tanto carinho.
- Onde quer que você esteja, ou envolto em quantas camadas de gelo seu coração esteja; obrigada!